Por James R. Doty

Como um médico se especializando em neurocirurgia num centro medico académico, eu aprecio a infelicidade que muitos pacientes tem perante o atual sistema de assistência medica que é apressado, burocrático, não atencioso e focado na tecnologia.

Qual é aa solução? Francis W. Peabody, M.D. disse em 1925 que, ”o segredo do cuidado do paciente é se importar com o paciente”. Essas palavras são ainda mais verdade hoje em dia e são agora apoiadas por um crescente corpo de cientistas que demostram que a gentileza, compaixão e empatia tem um profundo efeito no processo de cura. Esse novo corpo de evidencias abrange psicologia, neurociência, e até revelações econômicas, que como uma espécie  nosso modo padrão não é uma de egocentrismo, mas de que estamos cabeados para conectar e quando conectamos nosso psicológico melhora. Por exemplo, um estudo que sujeitou voluntários ao vírus do resfriado de propósito como parte de um experimento, descobriu que quando esses voluntários avaliavam o médico que interagiu com eles como muito gentil, eles tinham menos probabilidade de desenvolver o resfriado, seus sintomas eram menos severos, e a doença passava mais rápido.

No Centro para Compaixão e Altruísmo Pesquisa e Educação (CCARE) na Universidade Stanford, que sou fundador e diretor, nós criamos programas e workshops através dos quais usando ciência nós promovemos o poder da compaixão e gentileza para melhorar a saúde das pessoas. Em um recente workshop, um participante que estava passando por um tratamento de câncer compartilhou como seu médico, que é reconhecido mundialmente, lhe deu o diagnóstico sem nem a olhar nos olhos, explicou seu prognóstico como uma série de estatísticas e foi abruptamente embora. Enquanto uma situação difícil por si só, o médico combinou isso com sua maneira nada empática que resultou em dor adicional para o paciente potencialmente afetando negativamente seu prognóstico. Histórias como essa, inspiram nosso trabalho no CCARE com clínicos para ajuda-los entender o poder da relação clínico-paciente na saúde do paciente e dar à eles ferramentas para afetar positivamente essa relação.

Para muitas pessoas, simplesmente interagir com os médicos e o sistema de assistência médica provoca ansiedade. Em alguns casos, pacientes toleram a falta de empatia ou sensibilidade do médico acreditando que sua especialidade técnica é mais importante enquanto muitas vezes a interação por si só provoca estresse e ansiedade desnecessário. Uma pesquisa demostrou que nessas situações a função imune da pessoa e a capacidade de cura podem ser afetadas negativamente.

Enquanto alguns clínicos não apreciam essa realidade, pesquisas tem demostrado que quando um médico ou enfermeiro demostra empatia para um paciente – escutando, conectando, e os validando – o paciente é mais provável de se recuperar mais rápido de uma grande variedade de condições médicas que incluem até cirurgia. Um estudo demostrou que a interação empática com o médico pode ter um impacto tão positivo quanto tomar uma aspirina por dia para um risco de ataque cardíaco.

É incrível a diferença que uma atitude do médico pode causar no paciente. Um estado emocional positivo permite a pessoa se conectar mais completamente, diminui a ansiedade e conduz para um recuperação mais rápida. Tem até evidencias de que quando um paciente escuta menos de um minuto de comunicação com compaixão de um médico, eles se sentem menos ansiosos. Pesquisadores mapearam redução de ansiedade e aumento de emoções positivas para respostas biológicas e imunológicas no corpo. A boa notícia é que gentileza não é boa apenas para o paciente. Neurociência mostra que agir com gentileza para com os outros, estimula o circuito de recompensa do nosso cérebro, então dar e receber gentileza tem efeitos positivos em médicos e enfermeiros também.

Um estudo recente pediu para parceiros românticos visitarem um laboratório juntos. Um parceiro foi submetido a um doloroso requerimento de deixar um braço em água gelada até não aguentar mais. Quando o outro parceiro era gentil, a pessoa com o braço na dolorosa água gelada na verdade relatou significante menos dor. Nós precisamos lembrar desse superpoder da gentileza para reduzir a dor. Na verdade, entre vários estudos nós vimos que expressões de respeito, aceitação, cordialidade, e compartilhamento de informações contribuem para menor dor em condições como artrite e fibromialgia, assim como melhor saúde para aqueles com condições crônicas como diabetes, asma ou pressão alta.

Por que gentileza cura? A ciência está abrindo uma janela nas várias maneiras em que nós somos conectados e nos mostrando que como os médicos interagem com o paciente afeta seu psicológico. Muitas vezes em maneiras que nos não reconhecemos imediatamente, mas isso tem consequências reais, pacientes que em cima de sua doença são tratados sem gentileza ou com insensibilidade estão na verdade sendo duplamente machucados o que pode exacerbar a condição inicial para a qual eles buscaram tratamento. Esperançosamente, compartilhar essa nova ciência da gentileza ajude todos nós – médicos e pacientes – a ver de novos jeitos como e porque a gentileza cura e até mais importante, como ser gentil resulta em viver uma longa – e mais feliz – vida.

Verdadeira cura requer mais do que remédios e tratamentos, que é o porque nós nos juntamos com Dignity Health para discutir como a compaixão e o toque humano podem beneficiar nossa saúde e nossas vidas de milhares formas.

Siga James R. Doty, M.D. no Twitter: www.twitter.com/ccare.

Post Original CCARE Stanford.