Mais um ano terminando e novamente aparece a reflexão: fizemos tudo o que foi proposto para nós mesmos neste ano que está terminando?
Nós, seres humanos, funcionamos diante de uma rotina e de ciclos que se iniciam e são concluídos em determinadas épocas e que se repetem com uma periodicidade. Por que a correria de final de ano se todos nós sabemos que esta é uma época de comércio cheio, restaurantes lotados devidos às confraternizações, compras de presentes para pessoas queridas?
Poderíamos nos organizar e preparar tudo com antecedência, já que sabemos o que vem pela frente? Muitas pessoas conseguem se organizar e deixar alguma coisa já arrumada, entretanto, é nesta época que aparecem vários eventos ou compromissos aos quais não estavam na agenda prévia e, além disso, também existe a urgência da data, pois sabemos que um ciclo se encerra e no fechamento deste ciclo as pessoas se confraternizam, empresas entram em recesso, há a convenção de lembrar-se das pessoas que marcaram o ano que está terminando.
É nesta época do ano que muitos se preparam para fazer um balanço interno do que foi ou não foi realizado a partir dos planos estabelecidos no ano que se iniciou. Pode-se comparar a uma época de julgamento interno, de um período de avaliação do que deu certo e do que não deu e reestabelecer as metas pessoais para o ano que vai se iniciar.
Com estas atividades para serem realizadas e com prazo para serem concluídas, é comum as pessoas acharem que não terão tempo hábil para completar todas as tarefas agendadas e as que não foram agendadas. É neste momento de muita correria e pressão pela finalização de planos e atividades que um estresse adicional pode aparecer, e que provavelmente em outra circunstância poderia ser manejado de outra maneira.
Afinal, o que é o estresse? São perturbações físicas e psíquicas provenientes de agentes estressores sejam eles endógenos ou exógenos e que podem incluir manifestações físicas como tensão muscular, aumento ou diminuição do apetite, dores de cabeça, de estômago, entre outros sintomas e manifestações psíquicas como a tensão, intolerância, irritabilidade, dificuldade com sono, diminuição da capacidade de concentração, entre outros sintomas.
O estar frente a frente consigo próprio pode trazer angústia frente ao que não foi cumprido ou ao que ficou pela metade e também pode ser fonte de orgulho ao perceber que foi capaz de alcançar o que foi prometido a si mesmo.
E como lidar frente a situações estressoras? Primeiramente organizar o que for possível com antecedência, deixar um tempo para os imprevistos, pois certamente eles aparecerão. Se possível não deixe os seus prazos tão apertados, saber que existe mais um dia antes do “deadline” ajuda a não ficar no sufoco. Saiba que vai encontrar pessoas mais irritadas, se perceba na situação e não faça o par complementar da outra pessoa, muitas vezes o que a outra pessoa espera é que você dê motivos para uma discussão ou uma briga. Saiba que vai encontrar filas e se isto lhe traz incômodo extra, evite-as através da organização prévia, saiba fazer um exame próprio do que é possível suportar e o que fica no polo muito difícil de suportar e evite estas situações para que o estresse adicional de final de ano apareça. Aproveite esta época para estar junto, compartilhar a experiência do ano com pessoas que foram significativas para você e afaste-se do que pode ser fonte extra de estresse.
Por: Ana Merzel, Coordenadora da Psicologia do Hospital Israelita Albert Einstein