Como Lidar com o Fracasso
O mundo moderno exige uma coisa acima de todas as outras: que tenhamos sucesso. As histórias que contamos para nós mesmos tem a ver com batalhar, vencer obstáculos enormes e eventualmente vencer, normalmente em algum setor importante da economia. A sociedade tem uma palavra particularmente dura reservada para aqueles que não conseguem fazer isso. Eles são — diz a sociedade — ‘perdedores’.
No entanto, é muito provável que a gente vá fracassar em algumas áreas da nossa vida, especialmente na esfera profissional (o foco desta aula é particularmente o fracasso em relação ao trabalho).
Nossa sociedade sabe muito sobre preparar-se para o sucesso; mas ela irresponsavelmente dá uma atenção pequena para uma questão muito mais provável e urgente: como podemos lidar com o fracasso com dignidade, entendimento, sabedoria — e talvez um toque de humor.
Esta aula olha para o tema pelas filosofia, psicologia, arte e religião, além de investigar nossas próprias emoções e histórias. Nós consideramos:
– O impulso perfeccionista do mundo moderno, de onde ele vem e como responder a ele adequadamente.
– Nossos pais: o que eles queriam e como tememos desapontá-los.
– O que está no centro do medo de fracassar, especialmente em relação à perda de status e dignidade.
– O que significa fracassar “bem” — aceitando nossas limitações sem nos tornarmos amargos.
– As estatísticas reais do sucesso; e como somos bons em negá-las.
– A ideia de fracasso nobre da Grécia Antiga e a noção de boa imperfeição do Zen Budismo.
– A influência da mídia na nossa compreensão do fracasso e do sucesso.
Esta aula procura equipar-nos com as ferramentas para lidar com o fracasso em nossos próprios termos. Nós saímos com uma compreensão madura daquilo com que estamos lidando e com uma impressão consoladora da universalidade da derrota, da imperfeição e de um certo grau de melancolia. Nenhuma vida está livre do fracasso, então percebemos que fracassar bem é uma arte — e uma das mais necessárias que podemos aprender.
SOBRE O PROFESSOR
Guilherme Spadini é médico psiquiatra e Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo. Atua em consultório com psiquiatria clínica de adultos e adolescentes, além de psicoterapia de orientação psicodramática. Tem larga experiência no SUS, nas áreas de álcool e drogas, emergências, medicina de família e comunidade, psiquiatria infantil, além de gestão de serviços e rede de assistência psicossocial.
Foi professor na disciplina de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da USP por dez anos. Atualmente, atua no Grupo de Assistência Psicológica ao Aluno – GRAPAL – da FMUSP, envolvido na assistência, prevenção e promoção da saúde mental de estudantes de medicina. Mantém um blog sobre comportamento, cultura e filosofia, publicado pelo Huffington Post Brasil.